sexta-feira, 4 de março de 2011

Capítulo IV (Segunda Parte)

- Posso saber onde a senhorita esteve? – Francis lhe recebera na porta, de braços cruzados, com típico olhar desconfiado de sempre e os lábios curvados nos cantos, mostrando clara desaprovação.
- Ahn... Por aí. – Eliza disse tentando filtrar as informações. Ela sabia que sua tia lhe espremeria as informações como o suco de uma laranja madura, a obrigando a contar tudo em detalhes. Mas ela não respondeu, só continuou encarando Eliza esperando por uma resposta decente.
- Eu estava na biblioteca. – Disse, forçando a mentira a sair de forma mais natural possível. Não funcionou.
- E desde quando tem barro na biblioteca? – Francis respondeu, olhando para a lama nos sapatos de Eliza.
- É que depois eu fui dar uma volta no parque para espairecer. Nada demais. – Tentara parecer tranquila usando os braços para gesticular, mas acabou quase derrubando o vaso do seu lado com o cotovelo.
- Hum. – Francis fez uma careta de insatisfação e esperou alguns segundos antes de continuar, apenas filmando Eliza dos pés à cabeça com os olhos. – Vá tomar um banho, você está fedendo à feno.

Eliza subiu as escadas tentando cheirar as próprias roupas, e ao contrário de Francis, não achou o cheiro desagradável. Na verdade, até encontrou um pouco de conforto no cheio de feno e terra, mas como passara o dia todo fora, foi tomar um banho quente mesmo assim.
Saiu minutos depois, enrolada em uma toalha e com os cabelos pingando. Enfiou-se num confortável pijama de flanela e resolveu fazer algo que não fazia há muito tempo, pegou seu diário para escrever.

“Querido diário, sinto muito por ter te abandonado nas últimas semanas, mas acredite, foi para o seu próprio bem. Ou você queria morrer afogado em lágrimas? É, acho que não.
Desta vez não vou reclamar da vida, nem da tia Francis, nem da dor nas coxas que sinto agora por ter andado à cavalo. Na verdade, vim contar que acho que estou criando um elo muito forte com alguém que conheci a pouco. É uma ligação estranhamente intensa. Me sinto desafiada e protegida com a presença dele, como se ele me forçasse a enfrentar meus medos sem “passar a mão na minha cabeça” mas ao mesmo tempo é como se estivesse lá caso eu caísse. O nome dele é Franco, ele me entregou um baú e, minha nossa, como desejo abri-lo! Sei que isso é só uma parte dos mistérios que ele carrega, mas minha vontade de desvendá-los um a um cresce cada vez mais. Obviamente não deixarei que ele note o quanto seus segredos me fascinam, mas é incrível como apesar de me conhecer há três dias, me sinto como se ele me conhecesse desde que nasci.”

Eliza fechou o diário e o enfiou sob o colchão. Puxou suas cobertas e caiu num sono profundo. Não combinaram de se ver no dia seguinte, e por algum motivo isso lhe incomodava bastante.

2 comentários:

  1. (Ana pula de alegria por ter uma segunda parte)

    ResponderExcluir
  2. POSTA MAIS! POSTA MAIS! =] tbm ta me incomodadno eles num terem marcado de se ver no dia seguinte .-. qdo ela vai ve o Franco de novo? ele eh gato? hsauhsuh' vc continua escrevendo super bem nikki q bom q fez o blog ^^ teh+ Bjinhuu's sua idosa

    ResponderExcluir